Predestinação os Erros Dessa Doutrina

Se a predestinação fatalista realmente existisse como Calvino ensinou em suas Institutas, leia essa seção:

Disse Calvino: Deus não só viu de antemão a queda do primeiro homem e nela a ruína de sua posteridade, mas também por seu próprio prazer a ordenou. - João Calvino, Institutas da Religião Cristã, Livro 3, Capítulo 23, Seção 7

Segundo Calvino Deus ordenou a queda do homem, o ser humano foi predestinado a cair, ou seja, Deus quis que o homem pecasse!

 Segundo esse ensinamento de Calvino, podemos então concluir que se o homem não possui livre arbítrio, não possui liberdade de escolha, mas age sob as ordens dos decretos divinos, QUE CULPA O SER HUMANO POSSUI? JÁ QUE ELE SÓ FAZ O QUE DEUS DETERMINOU???

Através desse ensinamento Calvinista, Deus seria o autor e executor do pecado e do mal! O diabo e a raça humana seriam marionetes dos delírios divinos. Segundo a doutrina da predestinação Deus seria o grande vilão de toda existência, POIS O MESMO FAZ O HOMEM PECAR E AINDA O CULPA PELO PECADO!

PENSE UM POUCO, SE DEUS FEZ OS HOMENS PECAR E PREDESTINOU CADA AÇÃO HUMANA, E O HOMEM NÃO TEM LIVRE ARBÍTRIO SEGUNDO CALVINO, ENTÃO:

HITLER NÃO TERIA CULPA NO HOLOCAUSTO, POIS DEUS O TERIA PREDESTINADO A ESSE FATO.

OS ASSASSINOS SÓ MATAM PORQUE FORAM PREDESTINADOS POR DEUS.

OS LADRÕES SÓ ROUBAM PORQUE FORAM PREDESTINADOS POR DEUS.

OS ESTUPRADORES E PEDÓFILOS SÓ AGEM DESSA FORMA PORQUE FORAM PREDESTINADOS POR DEUS.

OS MENTIROSOS MENTEM PORQUE FORAM PREDESTINADOS POR DEUS.

AS PESSOAS TRAEM EM SEUS RELACIONAMENTOS PORQUE FORAM PREDESTINADAS POR DEUS.

OS FEITICEIROS, SATANISTAS E TODAS AS RELIGIÕES CONTRARIAS AOS CRISTIANISMO FORAM PREDESTINADAS POR DEUS.

SE ALGUÉM TE FERE, MACHUCA, HUMILHA, MALTRATA, ENGANA, É PORQUE FOI PREDESTINADA POR DEUS A FAZER ISSO.

SE TUDO QUE EXISTE É PREDESTINADO POR DEUS, E O HOMEM NÃO TEM LIVRE ARBÍTRIO, QUE CULPA TEM O HOMEM? SE ELE NÃO ESCOLHE NADA! E SE FOI DEUS QUEM ORDENOU AO HOMEM SER EXATAMENTE QUEM ELE É!

A Oração seria desnecessária, já que se tudo foi PREDESTINADO por Deus o que adiantaria Orar se nada pode Ser mudado, porque TUDO FOI DECRETADO, PREDESTINADO POR DEUS.

O CALVINISMO É UMA DOUTRINA ESDRUXULA, ILÓGICA E PERIGOSA PARA FÉ CRISTÃ, CUIDADO COM ELA!


Por Elias Moraes


Os textos possuem direitos autorais, mais autorizo a reprodução deles citando fonte e autoria!

Aquário Contaminado, Igrejas Contaminadas!

Um certo amigo comprou um aquário com alguns peixinhos, e depois de certo tempo os peixinhos começaram a morrer, e meu amigo comprou novos peixes e colocou no aquário e eles também morreram. Meu amigo preocupado procurou um um especialista no ramo de piscicultura e descobriu que seu aquário estava contaminado por uma bactéria, e todos os peixes que ele colocasse em seu aquário sem antes descontaminá-lo fatalmente morreriam! 

Algo semelhante acontece no cristianismo, existem Igrejas(Denominações) Contaminadas pelas bactérias da contenda, fofoca, disputas por cargos, invejas, mercenarismo(tudo por dinheiro), heresias, profecias carnais e etc, essas coisas contaminam uma Igreja e matam espiritualmente os crentes desse lugar contaminado, e a pior das contaminações acontece quando um líder é contaminado e esse mesmo passa a ser um contaminador, pois a responsabilidade de evitar a contaminação é prioridade do líder. 

Porque tantas pessoas entram numa determinada igreja e depois saem da mesma com revoltas, feridas, e não querem mais saber de Cristo? A resposta é simples! Tais igrejas estão contaminadas, e se você leva pessoas para esses lugares contaminados, você estará contribuindo para a morte espiritual dessas pessoas. Como está o Aquário que você congrega??? Os peixes estão saudáveis ou estão morrendo? Estão entrando e permanecendo ou saindo mais doentes do que entraram? Cuidado com esse aquário, ele pode contaminar seu tesouro mais importante nessa vida, a sua ALMA! 

O aquário dos fariseus e eles mesmos estavam contaminados, e Jesus disse que as pessoas que estavam congregando com eles iriam para o inferno, leia este texto: 

Ai de vocês, mestres da Lei e fariseus, hipócritas! Pois vocês atravessam os mares e viajam por todas as terras a fim de procurar converter uma pessoa para a sua religião. E, quando conseguem, tornam essa pessoa duas vezes mais merecedora do inferno do que vocês mesmos. - Mateus 23:15

Se você já conversou com o líder do aquário e tal líder viu a contaminação e ignorou, é sinal que tal líder já esteja contaminado, para o bem de sua alma procure um lugar saudável para você e sua família, não existe lugar perfeito, ou livre de contaminação, mais existe lugares onde alguns lideres ainda estão investindo na descontaminação quando ela aparece, ao contrario de alguns que estão contaminados e ainda estão contaminando outros por não quererem reconhecer sua contaminação, lembre-se: Você pode até mudar de aquário(denominação), mas jamais de Cristo!

Cuide de sua Alma, pois sua eternidade depende da saúde espiritual dela!


Por Elias Moraes


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Hitler e o Calvinismo - Sátira


Incoerência Calvinista


Calvinismo Não é Evangelho


CALVINISMO, DISTANTE DO AMOR AO PRÓXIMO!



Deus Ordena a Queda, Mas o Homem Leva a Culpa - Calvinismo Incoerente!

Lecionar teologia da Reforma me obrigou a ler as Institutas, obra magistral do reformador francês João Calvino. Sua teologia, apresentada em quatro livros e 80 capítulos, é desenvolvida em torno da crença na absoluta soberania divina. Ainda que sua teologia não me agrade, é preciso reconhecer, Calvino é lógico, honesto e coerente em quase tudo o que afirma. Em minha opinião, sua grande falha lógica está aqui:
Onde ouves menção da glória de Deus, aí deves pensar em sua justiça. Ora, o que merece louvor tem de ser justo. Portanto, o homem cai porque assim o ordenou a providência de Deus; no entanto, cai por falha sua. [...] Logo, por sua própria malignidade o homem corrompeu a natureza pura que havia recebido do Senhor, e em sua ruína arrastou consigo à ruína toda a posteridade (As Institutas, Livro III, cap. XXIII, sessão 8)
Para Calvino o homem peca porque Deus assim decretou, mas ainda assim é responsável por seus atos maus. Tal "decreto espantoso" não possui explicação, e não cabe ao homem questioná-lo. Surge uma nova pergunta: e Adão, o primeiro homem, também agiu de acordo com os propósitos divinos? Calvino explica: 
O primeiro homem, pois, caiu porque o Senhor assim julgara ser conveniente. Por que ele assim o julgou nos é oculto. Entretanto, é certo que ele não o julgou de outro modo, senão porque via daí ser, com razão, iluminada a glória de seu nome (As Institutas, Livro III, cap. XXIII, sessão 8).
Para fechar, uma última declaração de Calvino (prepare-se): 
Eu concedo mais: os ladrões e os homicidas, e os demais malfeitores, são instrumentos da divina providênciados quais o próprio Senhor se utiliza para executar os juízos que ele mesmo determinou. Nego, no entanto, que daí se deva permitir-lhes qualquer escusa por seus maus feitos (As Institutas, Livro I, Capítulo XVII, seção 5).

Você entende isso?

Por Jones F. Mendonça


Deus Criou Pessoas que Ele sabia que Cairiam? - William Lane Craig

Esse vídeo é uma refutação a ideia dos Calvinistas
Os calvinistas creem:

Deus não só viu de antemão a queda do primeiro homem e nela a ruína de sua posteridade, mas também por seu próprio prazer a ordenou. - João Calvino, Institutas da Religião Cristã, Livro 3, Capítulo 23, Seção 7

Calvino diz que Deus é o responsável pela queda do homem e a determinou, se nós caímos porque Deus quis qual a nossa culpa?? Cuidado com essa heresia!!

C. S. Lewis e o Livre-Arbítrio


Animação Sobre a Graça Preveniente

JOHN KNOX CONTRA O CESSACIONISMO - Ron Smith


Wayne Grudem foi o organizador de um livro intitulado ‘’Are Miraculous Gifts For Today?’’ (Os dons miraculosos são para hoje?). Nele, demonstra que entre eruditos cristãos existem cinco visões sobre o assunto: (1) a visão cessacionista, (2) Aberta, mas cautelosa, (3) Terceira Onda, (4) a Pentecostal, e (5) a visão Carismática.
Grudem reuniu eruditos de cada corrente teológica e todos eles escreveram defendendo a sua posição sobre o assunto. Os pentecostais afirmando que o batismo com no Espírito Santo é subsequente à salvação e é acompanhado pelo falar em línguas. No entanto, nem todos os Carismáticos concordam que o batismo no Espírito Santo é subsequente à conversão e que o falar em línguas é um sinal deste batismo.
Os defensores da Terceira Onda, como Peter Wagner do Fuller Theological Seminary, ensinam que batismo no Espírito Santo acontece a todos os Cristãos na conversão e que experiências subsequentes são melhor chamadas de enchimentos.[2]
Os que se denominam abertos mas cautelosas ‘’estão abertos à possibilidade de dons miraculosos hoje, contudo estão muito mais preocupados com a possibilidade de abusos que elas viram em grupos que praticam estes dons […] Pensam que as igrejas devem enfatizar evangelismo, estudo bíblico e obediência fiel como chaves para o crescimento pessoal e da igreja, ao invés dos dons miraculosos. Ainda assim elas apreciam alguns dos benefícios que as Igrejas Pentecostais, Carismáticas e de Terceira Onda têm trazido ao mundo evangélico, especialmente um tom contemporaneamente refrescante na adoração e um desafio à renovação na fé e na oração.”[3]
Sinais e maravilhas têm sido uma das ferramentas de Deus, “e, juntamente com eles, por intermédio de sinais, Deus testemunhou feitos portentosos, diversos milagres e dons do Espírito Santo” (Hb 2:4 KJA). Dizer que sinais e maravilhas passaram quando o cânon foi completado é inserir no texto algo não encontrado nele.
O amor jamais morre; todavia, as profecias deixarão de existir, as línguas cessarão, o conhecimento desaparecerá. Porquanto em parte conhecemos e em parte profetizamos; quando, no entanto, chegar o que é perfeito, o que é imperfeito será extinto. (1ªCo 13:8-10 KJA)
Será que o conhecimento desapareceu quando a Bíblia foi completada? Nós conhecemos como agora somos conhecidos? Obviamente aquilo que é perfeito é a ressurreição. Então, e só então o conhecimento, as línguas e as profecias passarão porque a perfeição terá chegado. Dizer o contrário é negar os milagres de Columba e muitos outros homens santos da história.
Don Richardson, em seu livro, Eternity In Their Hearts[4], conta acerca de antiga profecia da tribo Karen de Burma. O oráculo disse qualquer coisa como isto: eles tinham abandonado Deus e perdido Seu livro; mas um dia um homem branco traria o livro de Deus de volta para eles e Deus os receberia de novo. Um dia um de seus “profetas” disse a dois homens para colocarem sela em um cavalo e segui-lo para onde quer que os levasse; ele disse que isso os levaria ao homem branco com o livro de Deus. Eles seguiram o cavalo por 320km quilômetros pela selva e montanhas até que o animal adentrou os portões de um complexo missionário. O cavalo aproximou-se do poço onde eles encontraram um missionário escavando abaixo. Eles perguntaram, “Tens o livro?” Em decorrência disto, 75.000 membros das tribos foram logo batizados por batistas. Dez tribos diferentes tinham a mesma tradição.
Bruce Olson conta uma história semelhante sobre os índios motilone.[5] Eles tinham uma tradição antiga de uma profecia que dizia que um homem branco viria e Deus sairia de uma folha de bananeira. Olson perguntou, ‘’Folha de bananeira?’’ Depois um dos índios cortou uma folha de bananeira e a desdobrou como as páginas de um livro. Olsen então tirou a sua Bíblia do bolso traseiro e começou a pregar o evangelho. Toda a tribo foi convertida. Deus não deixou a Si mesmo sem uma única testemunha.
Porque será que os presbiterianos escoceses antes do ano de 1700 acreditavam em milagres, entretanto, depois de 1800 alguns passaram a dizer que os dons cessaram? Seria efeito do Iluminismo humanista? São os modernos realmente mais espertos e mais iluminados do que os antigos?
Don Codling apresentou uma tese de Mestrado em Teologia no Westminster Theological Seminaryargumentando contra a cessação dos dons espirituais. Ele diz que “anterior a Hume era opinião geral que milagres e outros dons revelacionais eram evidência mostrando que um mensageiro era da parte de Deus”.[6] Isto demonstra que a razão real para negar os dons é que o humanismo de Hume tem inconscientemente infectado os cristãos modernos. E o que dizer das profecias de John Knox?
AS PROFECIAS CUMPRIDAS DE JOHN KNOX
John Knox era o grande Reformador e apóstolo da reforma na Escócia durante o século 16. Ele orou, “Deus dá-me a Escócia ou eu morro!” Deus respondeu àquela oração com a maior reforma de qualquer país. Contudo, Reformadores dos tempos modernos, influenciados pelo Iluminismo, não estariam confortáveis com um profeta tão carismático hoje. Eles diriam que estes dons passaram quando o Novo Testamento foi completado. É tempo de observarmos com uma mente aberta o que registaram as testemunhas daquele tempo (antes do Iluminismo). Que Deus nos dê outro homem que venha no espírito e poder de Elias antes do grande e terrível dia do Senhor. É preciso frisar que muitos carismáticos modernos também não estariam confortáveis com Knox.[7]
Em 1572, o rei da França, Carlos IX, mandou matar o piedoso Reformado Almirante francês. Isto foi seguido com o massacre geral dos Protestantes por toda a França. Setenta mil foram assassinados. Eis o que se diz:
Por vários dias nas ruas de Paris literalmente correram com sangue. O monarca selvagem, de pé nas janelas do palácio, com seus cortesãos, saturou seus olhos com o espetáculo desumano, e se divertiu em disparar sobre os miseráveis fugitivos que procuravam abrigo em seus portões impiedosos… Selvagens contratados, e canibais fanáticos marcharam de cidade a cidade, desfilaram pelas ruas, e entraram nas casas daqueles que foram marcados para destruição. Nenhuma reverência foi mostrada ao cabelo grisalho, nenhum respeito a posto ou talentos, nenhuma pena dos de tenra idade ou gênero. Matriarcas idosas, mulheres prestes a dar à luz, e crianças, foram pisadas debaixo dos pés dos assassinos, ou arrastadas com ganchos para dentro dos rios; outros, depois de serem atirados na prisão, eram instantaneamente trazidos para fora, e estripados a sangue frio.
A inteligência deste massacre (para o qual foi oferecido uma ação de  graças solene em Roma por ordem do Papa) produziu o mesmo horror  e consternação na Escócia como em todos os outros países Protestantes. Infligiu uma profunda ferida no espírito exausto de Knox. Além do golpe desferido em todo o corpo Reformado, ele teve que lamentar a perda de muitos indivíduos eminentes e piedosos, a quem ele enumerou entre seus conhecidos. Sendo transportado para o púlpito [em sua idade avançada] e evocando o restante de sua força, ele trovejou a vingança dos Céus contra aquele assassino cruel e falso traidor, o Rei  da França, e desejou que Le Croc, o embaixador Francês, dissesse ao seu mestre, que a sentença foi pronunciada contra ele na Escócia, que a vingança divina nunca se afastaria dele, nem da sua casa, se o  arrependimento não surgir; mas seu nome permaneceria em aversão para a posteridade, e ninguém procedendo de seu ventre desfrutaria daquele reino em paz. O embaixador se queixou da indignidade oferecida ao seu mestre, e pediu à Regente que silenciasse o pregador; mas isto foi  recusado, depois disto deixou a Escócia.[8]
Esta profecia se cumpriu menos de dois anos depois quando Carlos IX morreu com a idade de 24 anos não deixando herdeiro algum ao trono.
 A PROFECIA DE KNOX SOBRE THOMAS MAITLAND
Pouco depois que um piedoso amigo de Knox tinha sido assassinado, Knox entrou no púlpito encontrou uma anotação. Pensando que era provavelmente um pedido de oração ele leu-a silenciosamente. Era uma anotação caluniosa referente ao amigo assassinado. Sem saber quem a tinha escrito, Knox disse, em relação ao autor da anotação, “Aquele homem perverso, quem quer que seja, não sairá impune, e morrerá onde não haverá quem o lamente.”[9] Esse homem foi para casa e disse à sua irmã “que o pregador estava delirando, quando falou daquela forma de uma pessoa que lhe era desconhecida; mas ela entendendo que seu irmão era o autor, reprovou-o, dizendo com lágrimas, que nenhuma das denúncias daquele homem se provava ociosa.”[10] Aquele homem (Thomas Maitland) morreu depois na Itália, “não tendo ninguém para o atender.”[11]
O TESTEMUNHO DA RAINHA
John Knox era um eminente lutador com Deus em oração, e como um príncipe prevaleceu. A própria Rainha Regente lhe tinha dado este testemunho, quando numa ocasião particular disse que tinha mais medo de suas orações do que de um exército de dez mil homens. Ele era igualmente morno e patético na sua pregação, na qual tais expressões proféticas como caídas dele tinham um excepcional sucesso. Como prova disto, quando foi confinado no castelo de St Andrews, ele predisse a maneira da rendição, e livramento dos baleeiros Franceses; e quando os Lordes da Congregação foram duas vezes transtornados pelo exército francês, ele os assegurou de que o Senhor iria no fim de tudo fazer prosperar o trabalho da Reforma.[12]
Quando a Rainha Maria se recusou a assistir à pregação de Knox, ele enviou a palavra de que ela ainda seria obrigada a ouvir a Palavra de Deus gostando ou não. Isto se cumpriu quando ela foi denunciada na Inglaterra. Em outra ocasião, Knox disse ao marido da rainha, “Para o prazer dessa delicada dama, lançaste no fogo o livro de salmos? O Senhor atingirá ambos, a cabeça e cauda.”[13] Tanto o rei como a rainha sofreram mortes violentas.´
A PROFECIA DE KNOX SOBRE WILLIAM KIRCALDY DE GRANGE
“De igual forma ele disse, quando o Castelo de Edimburgo resistiu pela Rainha contra o Regente, que o Castelo devia vergonhosamente vomitar o capitão (ou seja, Sir William Kircaldy de Grange), que ele não deveria sair pelo portão mas por cima do muro, e que a torre chamada de Torre Davis, deveria desmoronar como um copo de areia [uma ampulheta]; o que se cumpriu alguns anos depois – Kircaldy sendo obrigado a sair por cima do muro em uma escada, com um bastão na mão, e a dita frente do Castelo tombou como uma colina arenosa.”[14]
A DEFESA DE KNOX SOBRE SUAS PREDIÇÕES
Thomas McCrie nos diz que John Knox tem sido acusado de “presumir se intrometer no secreto conselho de Deus.”
Tendo em um de seus tratados, denunciado os julgamentos aos quais os habitantes da Inglaterra se expuseram por renunciar o Evangelho […] lhes disse que se quisessem conhecer as bases de sua confiança, ele esperava que entendessem e cressem. Ele disse, “Minhas certeza não são as maravilhas de Merlin, nem ainda as negras sentenças de profecias profanas; mas a verdade clara da Palavra de Deus… Ele nega que tenha falado “como alguém que tenha entrado no conselho secreto de Deus.” E insiste que apenas declarou o julgamento que foi pronunciado na lei divina. Sendo assim suas ameaças ou predições (como ele as chama repetidamente) não necessitam de um pedido de desculpas.
Existem, contudo, vários de seus ditos que não podem ser vindicados sob estes princípios, e nos quais ele mesmo descansou em fundamentos diferentes. Não pode ser negado que seus contemporâneos consideraram tais ditos como procedentes de um espírito profético, e atestaram que eles receberam um exato cumprimento.[15]
Se a igreja deseja ter o sucesso que teve no passado devemos ter profetas como tínhamos no passado. Devemos ter também homens de oração como John Welch, o genro de John Knox. Ele considerava desperdiçado o dia em que não dedicasse pelo menos sete horas em oração. Certa vez ele se sentou à mesa em um castelo e pôs-se a partilhar a palavra de Deus. Enquanto falava, um jovem guarda católico permaneceu zombando silenciosamente. De repente Welch parou e disse, “Notem o que Deus vai fazer a este jovem.” De repente o guarda caiu morto fulminado debaixo da mesa. Em outra altura, quando Welch foi exilado, no navio em viagem para França faleceu um jovem amigo seu. Eles começaram a preparar seu corpo para o sepultamento, mas John Welch perguntou se podia estar sozinho com o corpo para orar. Após continuar em oração por alguns dias, seus amigos disseram: “Ele deve pensar que o homem ainda está vivo.” Então eles beliscaram seus braços e pernas com instrumentos e pinças. Não havia nenhum sinal de vida. Mas Welch pediu que ainda assim pudesse orar com ele. Eles fecharam a porta e Welch orou. De repente o jovem voltou à vida e viveu uma longa e próspera vida após isso.
Também necessitamos de cristãos dispostos a morrer por Cristo. Quando John Welch estava velho e prestes a morrer, sua esposa, a filha de John Knox, foi ao Rei de Inglaterra pedir permissão para trazer seu marido de volta à Escócia para morrer em casa. O rei disse que se ele confessasse que o rei era a cabeça da igreja, poderia regressar em paz. “Tal pai, tal filha”, ela estendeu seu avental e disse, “Prefiro ter a cabeça dele aqui!”[16]
CONCLUSÃO
Na eterna aliança vemos a natureza de Deus. Nosso Evangelho está escondido daqueles cujas mentes estão obscurecidas. Ainda é um segredo escondido deles. Mas Deus o revela a quem O teme. A intimidade do SENHOR é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança. (Sl 25:14 ARA)


Tradução: Ângelo Lima
NOTAS 
[1] GRUDEM. Wayne. Are Miraculous Gifts for Today? p. 13. Este livro foi publicado no Brasil com o título“Cessaram os dons espirituais? 4 pontos de vista”, Vida, 2003.
[2] Ibid. p. 12
[3] Ibid. p; 13.
[4] RICHARSON. Don; Eternity In Their Hearts. Ventura: Regal Books, 1981, p. 66.
[5] OLSEN. Bruce; Bruchko. Lake Mary: Creation House, 1978, p. 140.
[6] CODLING. Don; Sola Scriptura and the Revelatory Gifts. Rice, WA: Sentinel Press, 2005, p. 27.
[7] Certamente um homem como Knox em nossos dias seria um grande incômodo para os falsos no movimento carismático. NOTA DO EDITOR
[8] M’CRIE. Thomas; The Life of John Knox. Glasgow: Free Presbyterian, 1991, p. 193.
[9] Ibid., p. 180.
[10] Ibid., p. 180.
[11] Ibid., p. 180.
[12] HOWIE. John; The Scots Worthies. Carlisle, PA: Banner of Truth Trust, 1995, p. 57.
[13] Ibid., p. 57.
[14] Ibid., p. 57.
[15] MC’CRIE. Thomas; The Life Of John Knox. Glasgow: Free Presbyterian, 1991, p. 211.
[16] HOWIE. John; The Scots Worthies. Carlisle, PA: Banner of Truth Trust, 1995, p. 138.

Fonte: Teologia Carismática

O VERDADEIRO PENTECOSTALISMO DE WILLIAM SEYMOUR - Ivan Santos

Um século após o grande avivamento de Azusa Street, o movimento pentecostal-carismático soma mais de 600 milhões de adeptos. Entretanto, são poucos, sobretudo pentecostais, que conhecem as origens históricas do pentecostalismo. Muitos sequer sabem quem foi William Joseph Seymour, ou sua mensagem e ideais.
Além do mais, uma das questões ainda menos esclarecida para o leitor brasileiro refere-se ao conteúdo teológico-doutrinário dos sermões pregados por Seymour. O fato de haver “supostos” excessos naquelas reuniões promovidas por ele, não deveria ser motivo para considerá-lo como sem discernimento, ou como pastor que não instruía seu rebanho. Quem assim lhe rotula, deve por consequência responsabilizar Paulo pelo uso imoderado dos carismas por parte dos coríntios. A crítica dirigida a Seymour é normalmente relacionada ao fato de que alguns no decorrer dos cultos da Rua Azusa, caíam no chão se contorcendo. Ora, ninguém menos que Lloyd-Jones relata tais experiência em meio aos avivamentos. Para o doutor, reações físicas como esta são cabíveis onde há um grande e genuíno mover do Espírito[1]. Lloyd-Jones entende que é até esperado tais comportamentos diante do mover e do poder do Espírito de Deus, e diante das declarações do velho pregador da capela de Westminster há um eloquente silêncio dos conservadores.
O propósito deste breve artigo é trazer em poucas linhas um resumo sobre a vida de Seymour e suas principais influências, bem como em sequência apresentar o extrato de alguns de seus sermões. Responder a perguntas sobre a coerência de suas pregações, ou qual sua abordagem em relação aos dons e a questão de ordem no culto, estão contempladas neste ensaio. Por conseguinte, para qual linha teológica pende sua mensagem salvífica? E o batismo no Espírito Santo assim como a questão das línguas como única evidência? Essas são algumas das questões que abordaremos no decorrer do texto que se segue. Ao trazer a lume trechos da pregação de Seymour, ainda que sejam poucas palavras, descobriremos um homem lúcido, coerente e bíblico em suas mensagens.
WILLIAM SEYMOUR: SUAS ORIGENS E EDUCAÇÃO
Seymour foi o carismático pastor de “Azusa Street”. Filho dos ex-escravos Simon Seymour e Phillis Saba Seymour, nasceu aos dois dias de maio de 1870 em Centerville, St. Mary’s Parish, no estado da Lousiana. Cresceu sob influências católicas e foi naturalmente batizado no romanismo. Ainda jovem, teve um encontro com Cristo em uma igreja Metodista. Aos 25 anos, chegando à Indianópolis, passa a frequentar assiduamente o movimento de santidade (um grupo de dissidentes da igreja wesleyana, conhecidos como “Holiness”), entre os anos 1895-1905. No ano de 1905 em Houston, Texas, Seymour conhece Charles F. Parham[2], professor de teologia em Topeka, Kansas. Parham também teve sua trajetória na igreja Metodista, porém rompeu com a mesma, sem abandonar o movimento de santidade.[3]
O breve período de seis semanas em que Seymour tendo frequentado às aulas teológicas, ainda que do corredor, por ser negro num tempo de segregação racial, absorveu a teologia pentecostal ensinada por Parham. Ao notar o talento e vocação de Seymour, Parham o acompanha nas incursões pelas comunidades afro-americanas, onde Seymour pregava constantemente. Estas ocasiões serviam para Parham dirigir algumas críticas com o intuito de aprimorar o talento do jovem pregador. A partir desses relatos fica fácil então concluir que Parham imaginava Seymour como seu aliado, ou seja, aquele instrumento que disseminaria a teologia pentecostal entre os negros dos Estados Unidos. No entanto, os planos foram mudados quando Seymour recebeu um convite para pastorear uma igreja em Los Angeles. Parham o aconselhou a recusar, mas Seymour  estava convicto de que esse era um chamado da parte de Deus[4]. Assim, ele chega em Los Angeles em 22 de fevereiro de 1906.
De inicio, Seymour é rejeitado na igreja devido sua mensagem carismática, bem como pelo fato de que embora pregasse o batismo no Espírito Santo com evidência no falar em outras línguas, ele mesmo ainda não havia experimentado tal experiência. Sua convicção de que tal obra do Espírito não ficara confinada à era apostólica estava fundamentada apenas nos textos bíblicos. As portas então se fecharam e sem recursos para deixar a cidade, Seymour solicita ajuda. O casal Edward e Marttie Lee os convida para que se hospedasse na casa deles, e ali, todas as noites passaram a se reunir na sala de estar para orar. O grupo de oração logo cresceu, surgindo a necessidade de um lugar maior. Desta forma, as reuniões passaram a ocupar um espaço na casa de Richard e Ruth Arberry. Em 9 de abril de 1906 em uma das reuniões de oração, durante um grande mover do Espírito Santo, pessoas começam a orar e cantar em línguas. Dentre os batizados que falavam em línguas estava Edward Lee[5]. Três dias após, Seymour recebe o batismo no Espírito Santo e fala em línguas[6].  A partir desse ponto a casa já não comporta o ajuntamento, surge então a necessidade de um lugar maior. Diante dessa necessidade é que surge um velho salão já utilizado por outras denominações no passado, em Azusa Street. O local é simples, as instalações são precárias, mas foi ali que Deus escolheu para que a mensagem pentecostal se espalhasse até os confins da terra.
Sendo assim, podemos perceber que as principais influências de Seymour, são: Teologia Wesleyana, com algumas influências do movimento Holiness. Muito daquilo que aprendeu adveio do período de 10 anos em que frequentou o movimento, bem como seu passado pelo Metodismo. Seu breve contato com Parham foi mesmo suficiente para que absolvesse a doutrina pentecostal.
Como iremos perceber a partir de alguns dos trechos de suas mensagens neste artigo, os fatores determinantes que movem a alma deste homem são: salvação de almas, santidade, batismo no Espírito Santo e comunhão com seu Senhor.
Ao lermos suas mensagens transparece que não estamos diante de um pregador como Spurgeon, Martyn Lloyd-Jones ou até mesmo G. Campbell Morgan. Seymour não tinha habilidade exegética de Morgan, cujos sermões não eram preparados antes de ler e reler o texto sagrado em média cinquenta vezes. Por outro lado, percebemos que Seymour toma o cuidado de referenciar sua pregação com amplo embasamento bíblico, pois são inúmeras citações. De fato ele não foi um Spurgeon, mas também não foi um leigo. Seymour tinha plena convicção de seu chamado, e consciência de cuja doutrina pregava, demonstrando que entendia biblicamente a fé que defendia. Como Campbell Morgan[7], Seymour apenas não possuía formação acadêmica, no entanto, o avivalista era um grande conhecedor das doutrinas centrais da fé. A estrutura homilética de suas mensagens é simples, pois os sermões são temáticos, mas a mensagem é bíblica, objetiva e claramente incisiva.
A EXPIAÇÃO PRECIOSA
“Filhos de Deus, participantes da preciosa expiação, estudemos e vejamos o que há nisto para nós.” “Primeiro, através da expiação recebemos perdão por nossos pecados.”
“Segundo, Somos santificados pelo sangue de Jesus, Hb 2.11. Você não será envergonhado ao dizer a homens e demônios que é santo, pois está vivendo uma vida santa e pura, livre do pecado, uma vida que dá a você poder sobre a carne, mundo e forças das trevas. O diabo não gosta desse tipo de testemunho. Através da expiação fomos libertos do pecado. Embora vivendo nesse mundo, estamos assentados nos lugares celestes em Cristo.”
É digno de nota observar que, embora Seymour dê muita ênfase ao viver santo, não ensinava como forma de se obter mérito. Ao lermos seus sermões, percebemos que o avivalista tinha ciência que santificação é obra do Espírito Santo.
“Terceiro, Cura para nossos corpos.”
Neste tópico Seymour cita o Salmo 103 em que Davi agradece ao Deus que cura, e o texto em que diz: “por suas feridas fomos sarados”, pois Seymour acreditava que a obra que Cristo realizara no calvário além de trazer a cura para alma, era também abrangente ao ponto de curar o corpo; fato que Seymour testemunhou quase que diariamente, dentre as tantas curas presenciadas, há testemunhos em que até membros amputados ou mirrados foram milagrosamente restaurados, como o precedente bíblico do homem com a mão ressequida a quem Jesus curou[8]. Em Azusa Street, era praticamente normal as pessoas receberem cura sem mesmo a mediação humana por imposição de mãos.
“Quarto, recebemos o batismo com o E. Santo[…] e por seu poder falamos em outras línguas.”
Nesse quarto tópico Seymour fala do batismo no Espírito Santo como um dos benefícios advindos da expiação. É importante observar que, o avalista tinha ciência que essa era uma obra cujo mérito não está no receptor, mas no doador. Sendo assim, no tocante o falar em línguas, encerra o tópico com as palavras: “Necessitados que o Deus trino capacite-nos a fazê-lo.”
Esse é um entendimento que se harmoniza com o padrão bíblico: […] e começaram a falar noutras línguas conforme o Espírito lhes concedia que falassem!
Assim, Seymour encerra o sermão afirmando que
“Nós que somos os mensageiros da preciosa expiação, devemos expô-la na totalidade: justificação, santificação, cura, batismo com E. Santo e todos demais sinais que se seguem. Como devemos escapar se negligenciarmos tão grande salvação? Deus está agora confirmando sua palavra pelos sinais e maravilhas que seguem a pregação do evangelho em Los Angeles!”[9]  
Algumas observações devemos considerar neste sermão: Ele é bíblico, pois enaltece a Cristo e sua obra redentora, assim como todos os benefícios advindos desta obra. Em Azusa Street havia pregação do evangelho, salvação de almas e libertação. Embora os inimigos do poder de Deus tentassem silenciar a obra depreciando o culto bem como a doutrina pentecostal propagada por lá, é fato que os sinais se seguiam e eram incontestáveis. Seymour não era versado em filosofia, não conhecia a arte da dialética bem como seus silogismos, nem tampouco fez uso dos estratagemas de Schopenhauer. O sucesso e vitória obtidos por Seymour não foram resultantes de longos debates, mas sim dos fatos, autênticas obras operadas pelo poder do Espírito Santo.
ENTRANDO NO SANTUÁRIO
Seymour tem plena consciência que, tratando-se da salvação, o pecador nada pode fazer por si, pois declara:
“O pecador vem ao Senhor todo envolto em pecado e trevas. Não pode fazer coisa alguma, pois está morto. A vida tem que ser colocada dentro de nós antes que possamos apresentar alguma vida ao Senhor.” Devemos obter justificação pela fé. Há um cordeiro sem manchas e sem defeitos diante de Deus para o pecador. E quando ele se arrepende dos pecados e volta para Deus, o Senhor tem misericórdia dele por causa de Cristo, concedendo-lhe vida eterna, perdoando-lhe de seus pecados.”[10]   
Nessas poucas palavras de Seymour percebemos quão nítido é seu entendimento da doutrina da salvação. O pregador de Azusa Street expõe a grande verdade: “A salvação pertence ao Senhor.”
OS DONS DO ESPÍRITO SANTO
Seymour preza por ordem e decência no culto.
“Que Deus ajude seu precioso povo a ler 1ª Co 14 dando aos mesmos a verdadeira interpretação da palavra. Devemos usar nossos dons para a glória de Deus, e não adorarmos os dons em si. O Senhor nos deu poder para usarmos para sua própria glória e honra.”
“Muitas vezes quando recebemos a benção pentecostal, comumente falamos em outras línguas. Mas devemos aprender a silenciar. Frequentemente quando o Senhor envia uma onda de poder sobre nós, todos podemos falar em língua por um instante, mas devemos nos conter enquanto a palavra esta sendo pregada, porque queremos ser obedientes a palavra em que diz que tudo deve ser feito com ordem e decência.”[11]
É notória a preocupação de Seymour no sentido em que os dons sejam usados para glória de Deus, assim como o temor em que a igreja não venha fazer dos dons um fim em si mesmo.
Outro fato muito interessante é o desejo em que haja ordem e decência no culto. Seymour entendeu claramente o apóstolo Paulo no texto de 1ªCo 14, ou seja, todos (os portadores do dom) podem falar em língua ao mesmo tempo, isto é, no momento de adoração, pressupondo que a palavra não esteja sendo pregada. Paulo orienta: “Cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento.” Este é o momento em que através do louvor o crente dirige sua fala a Deus, e nesse ínterim alguns o fazem em outras línguas, pois Deus não tem dificuldades em entender a todos ao mesmo tempo, ainda que em outras línguas; haja vista milhares de orações e louvores são dirigidas a Ele do mundo todo em milhares de distintos idiomas, e isso ao mesmo tempo, e Deus ouve e entende a todos sem necessidade de intérpretes. Em Atos 2 encontramos as palavras: …e começaram a falar noutras línguas[…] não são galileus todos “esses homens que estão falando”? Como, pois, “os ouvimos”[…] todos nós temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus”. Esse é o padrão que ecoa dos registro lucano, falar das grandezas de Deus é louvar ao Senhor por suas obras, e a igreja o fazia coletivamente.
Todavia, no momento em que Deus vai falar à igreja, seja pela exposição da Palavra, ou por algum profeta que fale em línguas e as interprete, a igreja tem que se aquietar, pois diferente do nosso Deus, não temos condições de entender dois ou três nos comunicando mensagens distintas ao mesmo tempo. ”E, se alguém falar em língua desconhecida, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete. Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus.” Isto é profecia, mensagem de Deus para igreja. Pressupomos que quando Pedro começa expor o evangelho, os “Galileus” se silenciam, pois onde o Espírito de Deus age há ordem e decência. Seymour entendia como deveria funcionar o culto pentecostal, com tempo para cantar e orar, momento em que todos coletivamente elevam suas vozes à Deus, e tempo de se aquietar e ouvir a voz do Pai, seja pelo dom de profecia ou pela exposição da Palavra.
FALSIFICAÇÕES
 Seymour expõe uma realidade: Em meio aos dons do Espírito há falsificações.
“O povo tem tentado imitar a obra do Espírito por esses dias, assim como fizeram quando o senhor enviou Moisés a faraó no Egito. O povo tem imitado o dom de Línguas.”[12]
Seymour tinha o discernimento típico de quem experimentava intimidade e comunhão com Deus, uma vez que considerava perdido o dia em que não orava ao menos quatro horas, sendo que aos domingos antes do culto noturno, a oração já começava às 13:00 horas. Isso não poderia resultar em outra coisa a não ser em sensibilidades e discernimento para identificar a manifestação carnal e demoníaca em meio a Igreja. O pentecostal que se preza sabe que, infelizmente, nem toda manifestação no seio da igreja é obra autêntica do Espírito, por isso ora por discernimento.
O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
Seymour deixa claro que o propósito do batismo não são as línguas em si, mas o poder, o revestimento para um testemunho eficaz de Cristo.
“Meus queridos irmãos em Cristo que estão buscando o batismo com o Espírito Santo não o façam pelas línguas…” Nós não estamos buscando por línguas, mas estamos buscando o batismo no Espírito Santo. E quando o recebermos, devemos ser cheios do Espírito, assim falaremos em línguas no poder do Espírito.  Amados não estejam tão preocupados quanto ao falar em línguas, mas deixe que o Espírito lhes conceda o que falar, então as línguas virão tão livremente como o ar que respiramos. Então, quando o Espírito vem, a boca se abre pelo poder do Espírito no coração.”[13]
Para Seymour o falar em línguas em si não deve ser a fator motivador à busca do Batismo no Espírito. O avivalista chegou a considerar idolatria a busca deste batismo cujas motivações fossem meramente o falar em línguas[14]. Seymour entendia o verdadeiro propósito, isto é, poder do alto para dar testemunho eficaz de Cristo.
Um outro fato desconhecido de muitos pentecostais era Seymour entender que as línguas não eram o único sinal que evidencia o batismo no Espírito Santo. Para ele, muitos são batizados mas não falam em línguas; acreditava que havia outros sinais que poderiam validar e confirmar a experiência[15]. Este foi um dos pontos em que divergiu de Parham, pois nesse aspecto Seymour pendeu para uma linha teológica que no futuro se tornou padrão no movimento carismático, diferenciando-se do pentecostalismo clássico de Parham.[16]
Uma boa ala do pentecostalismo norte americano bem como europeu, crê que embora as línguas possam ser um sinal que evidencia o recebimento do batismo espiritual, não são “o sinal”. Martyn Lloyd-Jones traz à lume uma decisão resultante da conferência pentecostal europeia realizada em 1939 em Estocolmo, em que os teólogos pentecostais confirmam o que anteriormente fora ensinado por Seymour, ou seja, as línguas são apenas um dos sinais, não o único[17]. Outro ponto digno de nota é que, diferente de muitos pregadores pentecostais da atualidade, Seymour não manipulava psicologicamente seus ouvintes no tocante ao batismo ou falar em línguas, mas os instruía que deixassem o Espírito lhes conceder o que falar. Interessante é que, em Azusa Street, em meio às manifestações da glossolalia, havia também xenolalia como em Atos 2. Pois ao receber o batismo alguns falavam o idioma celestial, enquanto outros, idiomas humanos.
CONCLUSÃO
Seymour indubitavelmente pode ser identificado como aqueles dos quais Paulo fala:
Porque, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados. Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; e Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante ele.”
Um negro filhos de escravos, em um período de intenso racismo e segregação racial, é levantado por Deus, e torna-se o protagonista de um dos maiores avivamentos. Homem de equilíbrio, pois em meio as suas andanças junto ao movimento da santidade, não se deixou influenciar por ensinos contrários às Escrituras, sabendo assim reter o que é bom. É admirável o entendimento que Seymour tem da doutrina carismática e soteriológica, superando nisso seu mentor Parham. O avivamento promovido através de Seymour não tem a ver apenas com dons, mas antes de tudo com a comunhão dos santos. Enquanto nas demais denominações tais como batistas, metodistas, presbiterianas e comunhões holiness prevalecia a segregação racial, na igreja Missão de Fé Apostólica de Seymour em Azusa Street negros e brancos louvavam a Deus em comunhão plena e livre, ideal pelo qual lutou por toda vida[18].  Como consequência dessa comunhão e igualdade, almas foram libertas das cadeias do pecado mediante a exposição do Evangelho. Os sinais se seguiam confirmando a mensagem, e os efeitos são ainda mais visíveis hoje, depois de um século.
Depois do grande avivamento advindo da Reforma em que a igreja foi liberta dos dogmas e heresias romanistas, por certo o outro grande mover de Deus foi o que ocorreu em Azusa Street. Neste último, a igreja foi liberta das cadeias do cessacionismo. Libertação essa que não se deu por debates, mas sim através da real e fatídica atuação do Espírito. O que começou de forma tímida, hoje é maior força representativa do cristianismo. Pentecostais e Carismáticos somam mais de 600 milhões adeptos mundo afora. Diante desse crescimento, só podemos tributar o sucesso ao mesmo Espírito que de igual forma agiu na Igreja Apostólica, o que nos obriga a reconhecer com todas as honras o trabalho soberano do Santo Espírito de Deus.

NOTAS E REFERÊNCIAS:
[1] LLOYD-JONES. Martyn; Avivamento. São Paulo: PES, 1993, p. 116.
[2] ROBECK JR. Cecil M; The Azusa Street, Mission & Revival. Nashville, 2006, p. 4
[3] MARTIN. Larry; The Topeka Outpouring of 1901, 2000 pp. 23-24.
[4] The Azusa Street, Mission & Revival, 2006, p. 4
[5] Ibid, 2006, p. 5
[7] G. Campbell Morgam: The Answer of Jesus to Job. Ed. Fleming H. Revell, inc., 2013.
[8] J. Edwards Morris, “Azusa Street: They Told Me Their Stories”, 2006.
[9] Azusa Street Sermons, Willian J. Seymour. Christisn File Books, Joplin,
Missoure, 1999, pp. 23, 24,25.
[10] Ibid., p. 27.
[11] Ibid., pp. 53,54,55.
[12] Ibid. p. 39.
[13] Ibid., pp. 63,64, 65.
[14] KEENER. Craig; Gift & Giver. The Holy Spirit for Today. Baker Academic, 2001, p. 182.
[15] The Doctrines and Discipline of the Azusa Street Apostolic Faith Mission of Los Angeles, Willian J. Seymour, pp. 77,88. Texto em que Seymour é categórico ao declarar o que poucos pentecostais captaram: “Quando definimos ser as línguas a única evidência do batismo com o Espírito Santo e com fogo, temos deixado a divina Palavra de Deus e estabelecido nosso próprio ensino.”[…] Mas alguém perguntará, como você sabe quando recebeu o Espírito Santo (batismo)? Ele, o Espírito da verdade, os guiará em toda verdade (Jo 16.13). O dom do Espirito Santo é mais do que falar em línguas. Ele é sabedoria, poder, verdade, e santidade. Ele é a pessoa que nos ensina a verdade”. Pois bem, esta é a visão do pai do Pentecostalismo moderno. Um grande número de igrejas pentecostais norte-americanas e europeias adotou essa linha doutrinária.
[16] HYATT. Eddie L.; 2000 years of charismatic Christianity. Charisma House. Laky Mary, Flórida: 2002, p. 2. Texto onde Hyatt apresenta algumas distinções históricas e teológicas por traz das nomenclaturas: Carismático e Pentecostal.
[17] LLOYD-JONES. Martyn; Prove All Things: the sovereign work of the Holy Spirit. Eastbourne: Kingsway Publications, p. 145. Este texto é uma série de exposições em que Lloyd-Jones expõe, com clareza, sua crença no continuísmo.
[18] SYNAN. Vinson. O século do Espírito Santo. São Paulo: Vida, 2011, pp. 374, 376.



Fonte: Teologia Carismática